Este domingo foste pela terceira vez visitar o hospital.
Sábado começaste com febre, nada de muito relevante, apenas o suficiente para não te permitir ter o melhor humor. De noite estivémos com a maioria da família fora de casa e os primos sempre ajudaram a minorar o que já se avizinhava... febre e mau estar.
Sábado queixaste-te algumas vezes de dor de cabeça, mas nunca liguei muito.
Domingo passámo-lo em casa.
Estávamos prestes a terminar uma partida de futebol no FIFA quando começo a notar que mexias com dificuldade a zona do pescoço, aliás, já te queixaras várias vezes do pescoço...
Saíste da cadeira e saída não foi natural, antes mostraste uma rigidez na postura, quando ias a andar chamei-te e em vez de virares o pescoço, viraste o tronco... acrescia que não tinhas febre nessa altura e o último Parsel já fora colocado há seis horas.
Como sinais semelhantes nunca haviam aparecido em ti, disse à mãe para se vestir que tínhamos que te levar ao SAP ou ao hospital.
A mãe lembrou-se da linha telefónica "saúde 24" e lá liguei. Falei com a Srª enfermeira que me atendeu e expus a situação ao que nos aconselhou irmos ao hospital.
Chegámos cerca das 19:30 horas estava pouca gente e fomos de imediato atendidos. Os diagnósticos e testes corriam com naturalidade apenas resultando firma a dita rigidez.
Quando a médica saiu e voltou com uma colega a mãe confessou depois que temeu que a coisa pudesse ser grave, eu numa prespectiva mais optimista julguei que a médica quis uma segunda opinião sobre a sua avaliação para mais a médica que nos atendeu era novinha e a outra era visivelmente mais experiente.
Do diagnóstico resultou que deveriam ser uns gânglios infectados e que estariam a pressionar os nervos do pescoço o que motivaria a rigidez e as dores, para despistar outras possiilidades e confirmar o diagnóstico terias de fazer uma ecografia e análises ao sangue.
Para fazerem as análises colocaram-te uma pomada na parte superior da mão e no interior do braço tapando ambas com uma película transparente... a dita pomada serviria para "anestesiar" a zona da picada e assim minorar as dores.
Fizémos a ecografia sem problemas e depois "fomos" tirar-te sangue.
A coisa não correu muito bem porque quando te picaram a mão não conseguiam dar com a veia, quando deram o sangue não corria e até chegar a esta fase chafordavam a tua mão para conseguir encontrar a dita...
Depois passaram ao braço.
Outra vez um cenário semelhante, agulha para dentro, agulha para fora, agulha para a direita, agulha para a esquerda... e tu chorando.
Nestas alturas daríamos tudo por trocar contigo e evitar-te as dores, mas nada mais podemos fazer do que tentar estar ali... vendo o teu sofrimento e a situação dei por mim a dar uns valentes suspiros ao que uma enfermeira me perguntou se eu me sentia bem e se me queria sentar.
"Sim, estou bem apenas me custa vê-lo nesta situação, apenas isso, o sangue a mim não me afecta".
Depois lá deram com a dita veia e conseguiram retirar-te o sangue necessário à análise.
A mãe depois abraçou-te passou-te a mim e eu agarrei-te ao colo dando-te os parabéns porque apesar do choro não movimentaras o braço e estiveras sempre calmo.
Quando ia para sair oiço a enfermeira dizer:
"Não te preocupes Daniel, a mãe bateu com o joelho..."
Quando me virei lá estava a mãe sentada e com ar de quem estava a desfalecer. Agarrei em ti e saí... choravas que querias a mãe e eu lá te ia dizendo que a mãe já saía, e saiu,uns minutos depois saiu a sorrir e a dizer:
"Perdi os sentidos".
Lá nos contou a estória e acrescentou que os Srs enfermeiros lhe disseram que pensavam que eu sim iria ter problemas face ao ar angustiado que tinha e aos suspiros que emitia.
Os resultados confirmaram o diagnóstico e foste logo medicado...
Chegámos a casa às 00:20.
Hoje estás melhor, já recuperaste a mobilidade, estás animado, já brincas e a febre vai desaparecendo.