sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O aprendiz de feiticeiro

Foi o teatro que foste ver esta semana.

Revelaste que gostaste muito do teatro e depois de me contares a estória pergntei-te se a viagem tinha corrido bem. Respondeste-me

"Sim."

"E foste na carrinha com quem?"

"Com o D.C.?"

"E correu bem?" - perguntei sabendo que o teu colega está sempre a arranjar confusão.

"Não, sabes eu estava em Lisboa e sentia-me em casa e queria estar sossegado e ele só me fazia cócegas e não parava quieto. E então eu avisei-o para ele estar quieto, mas ele não parava e por isso agarrei-lhe nos dedos e torci-lhos e ele ficou a chorar!"

"E ele não reagiu?"

"Sim, torceu-me os meus, mas não me doeu nada..."

"Então e porque é que não te queixaste à R. ou à F.?"

"Pai a R. quando fomos para a carrinha disse que não queria queixas nem barulho... por isso eu não me queixei!"

:)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Construções matinais




Descoberta

Descobriste os legos.

Estava a ver que nunca mais. Ontem quando te fui apanhar ao colégio pediste-me para brincar mais um pouco, estavas a fazer naves com legos. Depois de ver os teus trabalhos, falar com a R. lá te disse para tratares de arrumar as coisas que tínhamos de ir andando.

E fomos, com a promessa de desempacutar uma prenda que recebeste da Câmara Municipal de Lisboa há alguns anos e é constituída por uma mesa, banco e legos.

Liguei à mãe a perguntar se o destino da dita mesa era outro ou se podíamos abrir. Diz que sim e por isso trato de montar contigo as coisas e passamos a noite a fazer e desfazer naves, fortalezas, pontes, armadilhas, pistolas, metrelhadoras, enfim um sem número de construções!

Findo isto, quando te fui deitar, disseste-me "adorei esta noite contigo, podemos repetir?"

E ficou prometido que sim, que da próxima vez que dormires comigo brincaremos mais aos legos.

O entusiasmo é tal que hoje de manhã eram 7:15 e estavas acordado, fresco que nem uma alface e a primeira coisa que me perguntaste a seguir a "já é de dia?" foi "posso ir brincar com os legos?"

Vão mas é, mas é dar banho à minhoca

Este sábado decidi ir a Lisboa contigo ver o festival de BD da Amadora, ali para os lados da afamada Brandoa.

Na minha mente, assumo burguesa, ir de carro era algo natural.

Mas depois veio-me à lembrança aqueles slogans típicos do "deixe o seu carro em casa"; "use os transportes públicos" e lá conjuguei isto com o "vamos fazer diferente" e tratei de te anunciar que íamos de comboio e metro.

Chegados à estação o "simpatiquíssimo" senhor que nos atendeu deu-me a informação simpática de que tu já pagavas meio-bilhete. Ora toma. Estás crescido filho foi o que me lembrei de dizer com um sorriso amarelado.

Naturalmente que o senhor simpático arranjou forma de simpaticamente fazer com que um dos bilhetes não fosse validado no acesso ao comboio e lá tivémos de voltar atrás...e o simpático lá confirmou que havia um problema, mas passados 2 minutos lá assumiu que não conseguia resolver e disse-me "passe pela passagem dos deficientes que está sempre aberta e se houver algum problema mostre este talão".

Ainda fomos a tempo de correr e apanhar o comboio.

Posto fim ao stress vivido para apanhar o comboio lá nos sentámos a contemplar a paisagem até Lisboa.

Chegados a Sete Rios lá saímos para ir apanhar o Metro, um senhor, este sim simpático, que trabalhava para o Metro lá me deu uma boa nova, tu já pagas bilhete. Carregada a tecla para ver se o bilhete era para zona 0 ou na 1, acho que é assim, lá descobri que era para a zona 1 por uma estação.

Lá desabafei "E ainda dizem para deixar o carro em casa e vir de transportes públicos!"

Desabafo feito hora de ir apanhar o Metro, o que fizémos outra vez a correr porque foi pormos o pé no apeadeiro e o Metro a aparecer. Chegámos ofegantes e divertidos sentámo-nos próximo de um senhor já entradote com um ar meio dred e preto (epá perdoe-me quem me lê se o considerar ofensivo, mas desde que andei na escola no Miratejo, esse antro de pretos da Margem Sul de onde nasceram os recém renascidos Black-Company em que dois dos que lá militam eram estúpidos como a sétima casa, maus para com os colegas, racistas e energúmenos, mas pronto, fico-me por aqui porque felizmente as árvores não são a floresta e tive e tenho no nosso círculo de amigos muita gente decente cuja cor da pele é mais escura do que a minha e a tua, dizia eu, desde que estudei no Miratejo que trato os africanos por pretos, e sim eu era tratado por branco). Havia mais lugares livres, mas faço sempre questão de me sentar contigo próximo de gente de etnias diferentes apenas para que te habitues a outro tipo de pessoas, será que resulta? Não sei, mas é essa a razão.

Lá sorrimos para o Senhor que ficou satisfeito de te ter ao lado dele, quando ele saiu disse-nos adeus e nós replicámos com um grande sorriso.

Chegados a Alfornelos impunha-se descobrir onde raio é que era o festival da BD, eu só tinha o nome da rua e a boca para seguir o brocardo "quem tem boca vai a Roma".

Chegados próximo do mapa tentei em vão descobrir onde era a rua em que se situava o Fórum Luis de Camões (acho que era assim).

Face à minha dificuldade lá te disse, "Nestas ocasiões quando não sabemos para onde ir falamos com as pessoas e se houver polícias ou seguranças eles habitualmente sabem dizer-nos onde é". Dito feito falámos com um segurança do Metro que esclareceu-nos olhando para ti, que eram uns 10-15 minutos a pé.

"Não faz mal a malta aguenta não é filho?", "É pai, vamos...", e lá fomos pelas terras da Brandoa seguindo as indicações do segurança.

Chegados ao local lá fomos ao festival ode o ex-libiris era sem dúvida a parte dedicada à temática "Star-wars", obviamente eu apreciei mais do que tu o resto da exposição.

Feito o amuo do "porque é que não me compras nada?" porque querias um boneco e um livro, lá fomos fazer o percurso em sentido contrário.

Depois tiveste fome e eu quando vi um supermercado disse "Vamos ali comprar um iogurte liquido" e tu respondeste "Não quero, quero outra coisa", sem coseguires esclarecer que outra coisa era disse-te "São iogurtes ou nada, sendo que se não queres iogurte é porque não tens fome". E não tinhas, porque recusaste o iogurte.

Lá tive de comprar dois bilhetes de metro e lá tivémos de correr para apanhar o comboio para a Margem Sul. Vimos um lindo pôr-do-sol, quer dizer eu vi, tu ias mais entretido a olhar para cima a ver os carros a passar, e quando demos por nós estávamos na nossa terra.

No caminho fui pensando em todos os incómodos que tive para ir de transportes públicos e no custo dos mesmos, decidi que chegaria a casa e faria contas.

E fiz. Gastei 12,60 € em transportes públicos. Foi giro, foi, mas não foi barato, saiu-me mais caro do que levar o meu carro e ainda que não saísse perdi em conforto e em paciência.

Por isso digo transportes públicos?

Vão mas é, mas é dar banho à minhoca!

O trabalho de Outono


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Trabalhos do colégio - 1 - 08/09

O trabalho do outono do colégio deveria ter sido feito em folha plana com folhas secas.

A mãe tratou de ir contigo apanhar folhas, recebi um saco cheio delas.

A mim cabia-me realizar contigo a composição das ditas folhas no papel.

Pensando o que havia de fazer senti um forte pulsar para não variando quebrar as regras e fazer as coisas de forma diferente.

Então, inspirado no Art Attack, esse programa do Disney Channel que nos faz acreditar no artista que vive latente dentro de nós, tratei de pensar uma coisa para o tri-dimensional.

Depois de pensar foi tratar de arranjar os ingredientes, papel de jornal, papel de cozinha, cola de papel, tintas, lá tive de arranjar uma pinha digna desse nome, as que apanhaste com a mãe eram mini, folhas, sim do saco que apanhaste com a mãe só aproveitei duas.

Depois de uma noite de trabalho numa quarta-feira e uma manhã de sábado tínhamos o trabalho pronto.

Eu orgulhoso porque a ideia resultou e tu ajudaste imenso, e tu orgulhoso porque ias ter um trabalho diferente dos demais e no qual tinhas explanado a tua arte e caligrafia, escreveste duas vezes o nome e a palavra OUTONO.

A ver vamos se deixo aqui uma foto do dito!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ele há raios de sol

Esta semana tem sido difícil.

O primeiro a adoecer pensei ter sido eu, mas podes ter sido tu, no mesmo dia, terça-feira, ficámos os dois de estaleiro.

Eu fiquei até ontem quase sem sair de casa/cama.

Ontem depois de uma visita nocturna aos SAP levei com uma pela dose de penicilina porque afinal não era uma gastroentrite que tinha, mas uma amigdalite.

Tu ontem já estavas muito bem, hoje estás 100% no que respeita a saúde.

Ontem foi a mãe que ficou doente a tal ponto que estava sem condições para tomar conta de ti, como eu estava no dia em que deverias vir pernoitar comigo.

Então ontem fui estar um pouco comigo e depois foste dormir na nossa casa.

Antes de dormir tivémos um episódio por causa de uma ida ao clube de video que terminou com uma conversa de olhos-nos-olhos, seguida de choro intenso.

Enfim, reajustes sobre limites e comportamentos que infelizmente me custam mais por estarmos pouco tempo juntos e, de quando em vez, lá calha disto...

O resto da noite correu super bem, comemos a canja de arroz que a avó me fez e o coelho que tu tanto elogiaste. Depois ajudaste-me a arrumar as coisas, a lavar a loiça e a pôr a máquina da loiça a lavar, estivémos a brincar e depois de vestir pijama foste ouvir a estória... a dada altura notei-te de olhos fechados despedi-me de ti de deixei-te embalar no sono eram 22H20.

Hoje de manhã fui deixar-te com o avô materno e com a mãe para vir dar uma saltada ao trabalho, há pouco a avó ligou-me para saber como eu estava e depois deixou-me um raio de luz na alma, hoje de manhã enquanto voltei a casa para ir buscar a tua mochila, deixei-te no carro com a companhia da avó e pelos vistos disseste-lhe:

"Calhou-me um pai muito bom".

E a avó acertou na resposta, "E ao teu pai calhou-lhe um filho muito bom."

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A fada dos dentes - a visita

Ontem, quando me deitei estafado e encarava a minha função mágica só pensava, "espero bem acordar antes dele para que depois não tenha de andar a remediar a situação!"

Felizmente a excitação do dia anterior fez com que dormisses profundamente até eu te acordar.

O mesmo é dizer que lá tive de colocar as asinhas, por o chapéu, e decidir-me por ser a fada dos dentes, na qualidade da tal que dá moedas, deixei a que dá rebuçados a dormir e a outra, a dos brinquedos, corri-a a pontapé porque já há bonecada que chegue em casa.

No momento da escolha da moeda é que a coisa se complicou... porquê?

Simples, tinha pensado numa moeda de 1,00 €, mas chegado o momento e depois de tanta lavagem sobre a não-sei-quantas que ganhou todos os brinquedos que quis, já não fui capaz de ser tão sovina e deixei uma linda moeda de 2,00 € debaixo da almofada. Quê?!? É o dobro, sim!!!

Acordei-te e deixei-te a dormitar para depois regressar e levantar-te.

Quando cheguei próximo de ti sorri e perguntei-te:

"Então qual foi a fada que nos veio visitar?"

Ergueste a tua mão direita com um sorriso na cara e mostraste-me a moeda que instantes antes foi deixada no lugar mágico.

Depois questionaste-me:

"Pai, porque é que achas que não veio a fada dos brinquedos?"

"Sabes o pai acha que a fada dos dentes te quer ensinar qualquer coisa como por exemplo, se guardares essa moeda e a juntares a outras mais tarde vais poder comprar um boneco! Olha-me bem para essa boca com tanto dente, a 2,00€ o dente é uma fortuna, só tens de ter paciência."

"Sabes pai ontem tinha uma moeda de 1,00 € se a juntar a esta tenho 3,00 €." disseste sorrindo.

"Verdade filho."

"Pai, tu não tinhas dito que me ias dar mesada?" - oportunamente lembraste-te de que assim talvez fosse mais rápido...

A fada dos dentes - Prólogo

Pois é, o consumismo tomou conta de tudo filho, qual crise qual carapuça, tudo é motivo para os pais largarem o pilim em prol das suas crias...

Então estava eu mal refeito do susto que foi imaginar-te com dentes fora do sítio e... oiço-te discursar,

"Sabes pai a não-sei-quantas quando lhe caiu um dente pediu uns bonecos e quando ela acordou a fada tinha deixado tudo aquilo que ela pediu."

"Ai foi filho, porreiro, olha eu acho que a fada dos dentes só deixa uma moeda debaixo da almofada" - isto de tentar manter as tradições, à imagem dos putos, soa a sovina...

O avô R. entrou na conversa entremeando as palavras com o riso,

"Olha o avô no tempo dele a fada deixava só uns rebuçados."

"Pois mas a não-sei-quantas recebeu muitos brinquedos!" - disseste tu a defender a "tua" fada e a ver a coisa a andar para trás.

Entretanto o padrinho J. não se quis ficar atrás e disse,

"Sabes isso deve haver muitos tipos de fadas, agora vais ter de esperar para ver qual é que vem amanhã!"

"Deve ser isso..." - concluíste tu.

Entretanto terminámos o jantar nos avós e fomos para casa, jogámos ao UNO, em que sem qualquer ajuda ganhaste dois jogos, e tratámos de rotinar o dormir.

Entretanto o tema FADA dos DENTES veio à tona de novo e a dada altura disseste, vou dizer aqui debaixo o que quero para tu não ouvires...

Como se não houvesse amanhã meteste a cabeça debaixo da almofada esperançado que de alguma forma debaixo da almofada estivesse a linha de comunicação com esse mundo mágico.

Será que conseguiste? ;-)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Resultado


Foto-reportagem



Serviço Público

Para quem nos lê:

Os dentes de baixo nascem, diz o dentista, 99,99% das vezes atrás dos que lá existem, É NORMAL, bem que podiam ter dito que era menos um dia de stress que eu teria tido.

Pois é, parece que os ditos nascem atrás e depois vão-se ajustando à posição da 1ª fila em grande parte com a ajuda da lingua... Dr M. dixit.

E soubesse eu e ontem teria vivenciado o ecludir do novo dente apenas com um sorriso gual ao teu, mas a útima vez que me lembro de dentes de leite eram os meus que caiam (não me lembro dos dentes do padrinho J.).

Dentista

E que bem que tu te portas.

Entraste confiante, seguiste para a cadeira sozinho, ali permaneceste durante toda a intervenção sempre sozinho, com os pais a assistr, e saíste de lá com um sorriso novo e a dizer:

"Senti, mas não doeu nada!".

De boca aberta

Ontem foi assim que chegaste pela manhã junto de mim.

Vinhas orgulhoso com o novo dente a ecludir.

Rapidamente perdi o sorriso imenso e troquei-o por um sorriso"vamos lá ver s'isto não é nada de mais".

De facto, o dente ao invés de empurrar o dente de leite nasceu atrás deleou seja, longe do local onde deve estar.

Pensei logo numas quantas asneiras e na circunstância de detestar imaginar ter de mais tarde aderir à moda crescente do aparelho nos dentes... enfim!

Hoje marquei consulta para o Dr.M. para ver s temos de fazer algo de imediato, como por exemplo arrancar o dente de leite, parece-me que será esse o cenário mais provável.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Aí vêm eles

Ao telefone:

"Sabes pai por baixo daquele dente que me dói e está a abanar vem o dente de adulto?"

"Boa, parabéns!"

"Amanhã depois mostro-te o dente"

"Ok!"

E lá soube que estás a iniciar uma fase em que espero ter estômago para ajudar os dentes de leite a partir para que dêm o lugar aos outros, os que te acompanharão para a tua eternidade.

Parabéns.