quarta-feira, 25 de julho de 2007

Promessa

Vem o título à alembradura (sic, em homenagem à bisavó B.) de uma promessa por ti realizada há diversos meses após uma visita ao dentista, o Dr Miguel.

A primeira vez que foste ao dentista foi após uma segunda queda frontal, lê, de boca, e que originou um pequeno entortar da favola direita.

A primeira queda que danificou a favola foi precisamente no dia em que fizeste dois anos e estavas comigo.

Estavas a andar de escorrega no parque da Olá, que existe no centro comercial da sereia, e ao escorregares deixaste um pé encalhar na lateral do escorrega. Isto fez-te abrandar e rodar para o lado, tendo a cabeça, sempre pesada com essa idade, ido embater no "corrimão" que os escorregas têm.

Muito choraste tu.

E eu, agarrado a ti, a pensar no teu sofrimento e no dever ou não rever a "liberdade" que te concedia nas diversões.

Achei por bem continuar a deixar-te escorregar sozinho, aliás coisa que fizeste momentos depois de ter terminado o choro, sempre ouvi dizer que depois de um acidente de automóvel devemos, se possível, conduzir logo de seguida, adoptei esta máxima, com as necessárias adaptações ao caso...

Desta vez não fomos ao dentista.

Sucede que, uns tempos depois, uns bons meses, mandaste outro espeta, novamente de boca, e desta vez com um ligeiro entortar da favola direita.

Fomos ao dentista e depois do RX, o médico lá disse que estava tudo bem apesar da pequena torção a qual não afectaria a saída do dente definitivo.

O médico elogiou-te os dentes, no que respeita à higiene, e depois perguntou-te se chuchavas no dedo... disseste que sim. Então o médico aconselhou-te a deixares de chuchar por causa do teu palato e dos teus dentes...

Motivado por esta consulta deixaste os consolos diurnos, ou seja, deixaste de chuchar no dedo para te consolares. Mas não te ficaste por aqui, disseste também que quando tivesses cinco anos irias deixar de todo de chuchar no dedo.

Não sei se vais cumprir a promessa, e como não dá para cortar o dedo não há nada a fazer.

Parece-me que a coisa, pelo menos para dormir, única altura em que chuchas, vá mal encaminhada porque há dias disseste-me, percebendo que os cinco anos são já a seguir, que deixarias de chuchar no dedo quando tivesses seis anos.

Esperto... ;)

terça-feira, 24 de julho de 2007

O que vem a seguir

Desde cedo os teus hábitos alimentares são constituídos, nas refeições princípais, de soupa e de um prato "normal" de carne ou peixe.

O habitualmente denominado "prato principal" passou a ter no seio familiar, por tua responsabilidade, pois assim a ele te referias , de "o que vem a seguir".

"O que vem a seguir" que tu mais aprecias, neste momento, são massa à carbonara, lasagna de atum e lasagna de bacalhau. Acho que se te dessem isto todos os dias não te fartavas.

Ontem, para ti, não houve "o que vem a seguir", nem soupa...nem sumo!

Ontem houve descanso.

O cansaço era tanto que quando íamos de carro para jantar com os avós maternos pregaste o olho e não mais acordaste... bem tentei acordar-te, mas estavas estafado das brincadeiras com a avó A., que manifestara, quando te apanhara ao final da tarde, que tinham passado a tarde inteira a brincar.

Ontem ao jantar falaram do teu cansaço e daquio que gostas de comer, lembrei-me da tua expressão d' "o que vem a seguir" e pensei fazer um post com essa temática. Ei-lo.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Uns sapatos

Lá me quiseste presentear no aniversário, desta vez, quiseste que o presente fossem uns sapatos... foi o que a mãe me comprou para o aniversário e então achaste por bem comprar-me uns também. E bem precisava...

Depois de acordar, no dia do meu aniversário, fui andar de bicicleta, há mais de um ano que não o fazia, e findo esse intróito cheguei a casa, recebi um beijinho e um abraço.

Despachámo-nos e fomos ao centro comercial da sereia para comprar os ditos sapatos...

Lá escolhi o modelo e pedi o meu número.

Disseste que gostavas muito.

Disse que os levava.

Então tu orgulhoso dizias às moçoilas da caixa:

- "Este é o meu pai."

- "Ai é?!?"

- "Ele hoje faz anos..."

- "E quantos anos faz o teu pai."

- "Faz trinta e um."

- "A sério?!?"

-"Sim, e eu vou comprar-lhe os sapatos para oferecer."

:-)

Lá calcei de imediato os teus sapatos, pedido expresso por ti, e passei o tempo todo a dizer ao pessoal com quem almoçámos, "olha os sapatos que o meu Pilas me comprou".

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O Espanto

Ontem enquanto terminávamos a refeição começaste a contar...

"1,

2,

3,

4,

... e continuaste pacientemente contando (com ajuda para lembrar que era o sessenta, setenta, oitenta e noventa)

91,

92,

93,

94,

Quando é que acaba a contagem?!?"

Risada geral pela dicção de espanto que empregaste como se estivesses à espera que de um momento para o outro deixasse de haver números para contar... :)

Foi com este espanto que adquiriste a noção do infinito - explicada primeiro pelo Padrinho J. e depois pelos demais também.

Agora sabes que os números são infinitos porque podemos sempre acrescentar um...podendo continuar a contar indefinidamente.

Foi uma forma engraçada de apreenderes, por meio do espanto, aquilo que é o infinito.

Como consigo...

Calculo que, um dia, ao leres as minhas palavras possas pensar que eu estou em estado de delírio parental, por te amar tanto quanto amo, e que metade do que aqui escrevo são parte desses delírios... É falso.

Também podes pensar que se deve a uma extrema capacidade de memória do pai, o que também é falso.


Ora bem, a imagem que junto a este post pretende explicar-te como a maioria destes posts são escritos. A minúcia cientifica que coloco na elaboração dos mesmos!... ;)


Por vezes tens saídas maravilhosas, como a que colocarei no post seguinte e, para ser fiel às tuas palavras, não raras vezes dirijo-me o mais rápido possível ao papel mais próximo, que pode ser um guardanapo, um anúncio, um envelope, o quer que seja, e escrevo o que ouvi...


Este foi escrito ontem, e serve de base ao próximo post.


Como vês o delírio não existe, apenas o delírio do prazer de ser teu pai e de te imaginar um dia a sorrires com estas palavras. :)

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Luz ao fundo do túnel

Neste momento aparenta ver a luz ao fundo do túnel destas semanas infernais que tenho vivido e me têm impedido de fazer o que mais gosto, estar contigo.

Tenho trabalhado muitas horas, horas demais e claro está que isso tem tido reflexos na nossa relação... não que eu te ame menos ou tu me ames menos, mas porque por vezes já sou quase um corpo estranho em casa.

Bom, poderei estar a exagerar mas, é o que emocionalmente sinto quando nos poucos momentos em que tenho estado em casa tu afirmas, com um ar de espanto, coisas semelhantes a "então quando é que vais trabalhar?".

Por outro lado, recordo um dos poucos dias da semana em que fiquei em casa e, por isso, te acompanhei na rotina do deitar. Tiveste um comportamento de repulsa à minha pessoa, não querias que te desse os iogurtes, que te vestisse o pijama, que te lavasse os dentes, que te lesse a estória... enfim, recusavas-te a qualquer contacto comigo.

Eu sei porque o fazias mas, emocionalmente, custa muito.

Tenho trabalhado quase todos os dias após deixar-te no colégio e até às 24:00 horas ou mais, parando grosso modo para almoçar e jantar, habitualmente vejo-te de manhã e à hora do jantar (umas duas horas no máximo).

Hoje estávamos atrasados na rotina matinal, hoje o pai custou a levantar-se da cama porque desde segunda-feira que trabalha os dias inteiros e deita-se sempre após a 01:00 hora da manhã, e... como dizia estávamos atrasados e lá pus um pouco de stress no despachar.

Enquanto íamos de carro para o colégio disse,

"Uma vez que a esta hora que estamos a sair daqui já devíamos estar no colégio...acho que é hoje que tenho que te ir levar à praia."

"Porquê pai?"

"Porque se não te entregar a tempo no colégio, ou seja, antes dos autocarros sairem tenho que te ir pôr à praia."

"Não faz mal pai, sempre fico mais um pouco de tempo contigo, e isso é bom"

:)

Bom foi ouvir dizer-te isto.

Agora vou tratar de trabalhar.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Velocidade

Talvez motivado por manhãs como as de hoje, em que tenho pressa, tu gostas de velocidade e de o sentir quando andas de carro.

A avó paterna confessou-me que quando te vai buscar ao colégio muitas vezes te viras para ela e dizes-lhe:

"Avó anda mais depressa como o meu pai!"

Eu sorri quando a avó me contou o sucedido.

Às associações de protecções de menores, de transeuntes e de automobilistas fica aqui o reparo de que o pai quando anda contigo não anda nem de perto nem de longe tão depressa quanto ando quando vai sozinho...

O que acontece algumas vezes é que pergunto-te se queres sentir uma curva, habitualmente faço-o nas rotundas e aí faço a curva, diria, normalmente mas por forma a que sintas as curvas.

Depois, depois o carro que o pai tem quando se acelera anda e sente-se um "empurrão" que gostarás certamente de sentir.

Isto, diz a avó, provém da minha infância... porque segundo ela afirma quando eu era pequeno e andava com a avó ela disse-me que andava sempre apressada e muito depressa, com uma condução que hoje se apelidaria de agressiva, acelerando muito e só travando em cima do acontecimento.

Bom, eu hoje ando com normalidade (penso eu de que...) e evito travar em cima do acontecimento, mas parece-me que, dê por onde der, incuti-te um gosto pela velocidade.

Agora resta-me esperar que, quando cresceres, tenhas no mínimo o juízo que tive e tenho na estrada.

PS - Agora, porque tive a escrever este post atrasei-me e vou ter de ir a voar para te apanhar e irmos jantar aos avós maternos :) e depois dizem que ando depressa...

Cansaço

Creio que foi motivado pelo cansaço que hoje me atrasei a despachar-te de manhã.

De facto, hoje molenguei a rotina e quando dei por mim faltavam cinco minutos para chegar a hora de estar no colégio.

Ainda faltava, o chichi da manhã, lavar os dentes, lavar a cara, despir pijama e vestir (aqui vá lá que é só enfiar a t-shirt, os calções e os chinelos)...

Então ligámos o turbo e foi sempre a despachar.

Rapidamente nos despachámos, colaboraste lindamente, e colocámo-nos no carro.

Depois fizémos o caminho até ao colégio em ritmo um pouco mais rápido, mas nada de especial, ainda falámos sobre o dia de hoje e de ontem, enfim o habitual.

Já estava a ver a vida a andar para trás e a ter que te levar à praia...e eis que vejo que os autocarros ainda não sairam...

Paro o carro e quando te vou tirar, os autocarros começam a andar...oops!

Mas eis que, ao estilo Hollywoodesco, no último instante vejo a educadora no segundo autocarro e aceno-lhe... ao que o autocarro parou e apanhou-te para mais uma manhã na praia.

Estou cansado.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Caos

Este era o cenário, há alguns dias, quando cheguei a casa.


Estavas a fazer uma "maratona de puzzles"...


:)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Dono do mundo

Bom que o mundo gira à tua volta... é um facto.

Mas, hoje de manhã disseste a caminho do colégio,

"Seria bom ser o dono do mundo"

"Então porquê?" - perguntei meio assustado com a afirmação e com a possível resposta.

"Porque era bom."

"Se fosses o dono do mundo o que é que fazias, o que é que decidias fazer?" - mudando de estratégia.

"Se fosse dono do mundo queria viajar no espaço".

Vá lá, de todas as coisas que poderias decidir fazer escolhias ir ao espaço...

Recordo agora a letra da música do Gabriel o Pensador, com o título "Astronauta" e penso que se fosses dono do mundo provavelmente esse seria o melhor sítio onde ficares.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Começou

Hoje iniciou a tua época balnear.

Quando acordei estava muito nublado e pensei que não fosses gozar o dia, mas o tempo levantou e deves estar a gozar uns bons momentos junto dos teus colegas.

Este ano a rotina vai ser diferente porque não ficas no colégio depois da praia, vais ficar com o avô materno esta semana e depois para a semana ficas com a avó materna.

Hoje, quando íamos para o colégio, perguntavas se o avô já estava no colégio. Respondido que não que te ia apanhar mais tarde, perguntaste se te ia apanhar à praia. Lá te relembrei que o avô ía apanhar-te ao colégio depois de chegares da praia.

E estou aqui roído de inveja por não poder ir para a praia, aliás pensando bem, este ano ainda não fui à praia.