quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Chefe de um gangue?

Ontem fui apanhar-te em casa pelas 19:30 horas e enquanto saíamos:

"O dia correu bem hoje pai!" afirmaste logo após saírmos da casa dos avós, antecipando assim a pergunta habitual de como correu o teu dia.

Depois contaste-me que:

"Sabes pai houve um miúdo do colégio que me deu um soco. Depois fui chamar o D.C. para chamarmos outros miúdos. Só que depois faltava pouco tempo para acabar o tempo de estar na rua e por isso já não lhe pudémos bater..."

"Mas não lhe bateste quando ele te bateu?"

"Não porque ele era maior do que eu e por isso eu fui chamar o D.C. e os outros para depois bater-lhe".

"Ah!" - balbuciei eu no meio do meu pensamento...

"Pai! Tive vontade de o partir todinho, de partir-lhe os ossos todos para ele ficar fraquinho e depois poder bater-lhe à vontade."

"Ah!" - foi o que me saiu...

Fui incapaz de escolher qual o sentimento mais forte, se o de preocupação por teres vontade de partir um miúdo que te bateu porque é mais forte do que tu, se de orgulho porque soubeste organizar uma defesa da tua pessoa com recurso a outros elementos, qual gangue, e assim fazeres com que o outro não fosse o último a rir.

Verifico que a coisa está bem encaminhada para seres um chefe de gangue.

Hoje pergunto-me se fizeste a folha ao outro ou se, como espero, nada aconteceu porque no fundo o que me disseste foi o expressar de uma fantasia que eu próprio vivo de quando em vez, muitas delas quando conduzo, a vontade de partir alguém aos pedacinhos.

1 comentário:

Mãe do Outro Mundo disse...

Quantas vezes não tivemos nós essa fantasia?

(Confesso que fiquei ainda mais fã do teu filho...)