Ontem fui apanhar-te em casa pelas 19:30 horas e enquanto saíamos:
"O dia correu bem hoje pai!" afirmaste logo após saírmos da casa dos avós, antecipando assim a pergunta habitual de como correu o teu dia.
Depois contaste-me que:
"Sabes pai houve um miúdo do colégio que me deu um soco. Depois fui chamar o D.C. para chamarmos outros miúdos. Só que depois faltava pouco tempo para acabar o tempo de estar na rua e por isso já não lhe pudémos bater..."
"Mas não lhe bateste quando ele te bateu?"
"Não porque ele era maior do que eu e por isso eu fui chamar o D.C. e os outros para depois bater-lhe".
"Ah!" - balbuciei eu no meio do meu pensamento...
"Pai! Tive vontade de o partir todinho, de partir-lhe os ossos todos para ele ficar fraquinho e depois poder bater-lhe à vontade."
"Ah!" - foi o que me saiu...
Fui incapaz de escolher qual o sentimento mais forte, se o de preocupação por teres vontade de partir um miúdo que te bateu porque é mais forte do que tu, se de orgulho porque soubeste organizar uma defesa da tua pessoa com recurso a outros elementos, qual gangue, e assim fazeres com que o outro não fosse o último a rir.
Verifico que a coisa está bem encaminhada para seres um chefe de gangue.
Hoje pergunto-me se fizeste a folha ao outro ou se, como espero, nada aconteceu porque no fundo o que me disseste foi o expressar de uma fantasia que eu próprio vivo de quando em vez, muitas delas quando conduzo, a vontade de partir alguém aos pedacinhos.
1 comentário:
Quantas vezes não tivemos nós essa fantasia?
(Confesso que fiquei ainda mais fã do teu filho...)
Enviar um comentário