quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vão mas é, mas é dar banho à minhoca

Este sábado decidi ir a Lisboa contigo ver o festival de BD da Amadora, ali para os lados da afamada Brandoa.

Na minha mente, assumo burguesa, ir de carro era algo natural.

Mas depois veio-me à lembrança aqueles slogans típicos do "deixe o seu carro em casa"; "use os transportes públicos" e lá conjuguei isto com o "vamos fazer diferente" e tratei de te anunciar que íamos de comboio e metro.

Chegados à estação o "simpatiquíssimo" senhor que nos atendeu deu-me a informação simpática de que tu já pagavas meio-bilhete. Ora toma. Estás crescido filho foi o que me lembrei de dizer com um sorriso amarelado.

Naturalmente que o senhor simpático arranjou forma de simpaticamente fazer com que um dos bilhetes não fosse validado no acesso ao comboio e lá tivémos de voltar atrás...e o simpático lá confirmou que havia um problema, mas passados 2 minutos lá assumiu que não conseguia resolver e disse-me "passe pela passagem dos deficientes que está sempre aberta e se houver algum problema mostre este talão".

Ainda fomos a tempo de correr e apanhar o comboio.

Posto fim ao stress vivido para apanhar o comboio lá nos sentámos a contemplar a paisagem até Lisboa.

Chegados a Sete Rios lá saímos para ir apanhar o Metro, um senhor, este sim simpático, que trabalhava para o Metro lá me deu uma boa nova, tu já pagas bilhete. Carregada a tecla para ver se o bilhete era para zona 0 ou na 1, acho que é assim, lá descobri que era para a zona 1 por uma estação.

Lá desabafei "E ainda dizem para deixar o carro em casa e vir de transportes públicos!"

Desabafo feito hora de ir apanhar o Metro, o que fizémos outra vez a correr porque foi pormos o pé no apeadeiro e o Metro a aparecer. Chegámos ofegantes e divertidos sentámo-nos próximo de um senhor já entradote com um ar meio dred e preto (epá perdoe-me quem me lê se o considerar ofensivo, mas desde que andei na escola no Miratejo, esse antro de pretos da Margem Sul de onde nasceram os recém renascidos Black-Company em que dois dos que lá militam eram estúpidos como a sétima casa, maus para com os colegas, racistas e energúmenos, mas pronto, fico-me por aqui porque felizmente as árvores não são a floresta e tive e tenho no nosso círculo de amigos muita gente decente cuja cor da pele é mais escura do que a minha e a tua, dizia eu, desde que estudei no Miratejo que trato os africanos por pretos, e sim eu era tratado por branco). Havia mais lugares livres, mas faço sempre questão de me sentar contigo próximo de gente de etnias diferentes apenas para que te habitues a outro tipo de pessoas, será que resulta? Não sei, mas é essa a razão.

Lá sorrimos para o Senhor que ficou satisfeito de te ter ao lado dele, quando ele saiu disse-nos adeus e nós replicámos com um grande sorriso.

Chegados a Alfornelos impunha-se descobrir onde raio é que era o festival da BD, eu só tinha o nome da rua e a boca para seguir o brocardo "quem tem boca vai a Roma".

Chegados próximo do mapa tentei em vão descobrir onde era a rua em que se situava o Fórum Luis de Camões (acho que era assim).

Face à minha dificuldade lá te disse, "Nestas ocasiões quando não sabemos para onde ir falamos com as pessoas e se houver polícias ou seguranças eles habitualmente sabem dizer-nos onde é". Dito feito falámos com um segurança do Metro que esclareceu-nos olhando para ti, que eram uns 10-15 minutos a pé.

"Não faz mal a malta aguenta não é filho?", "É pai, vamos...", e lá fomos pelas terras da Brandoa seguindo as indicações do segurança.

Chegados ao local lá fomos ao festival ode o ex-libiris era sem dúvida a parte dedicada à temática "Star-wars", obviamente eu apreciei mais do que tu o resto da exposição.

Feito o amuo do "porque é que não me compras nada?" porque querias um boneco e um livro, lá fomos fazer o percurso em sentido contrário.

Depois tiveste fome e eu quando vi um supermercado disse "Vamos ali comprar um iogurte liquido" e tu respondeste "Não quero, quero outra coisa", sem coseguires esclarecer que outra coisa era disse-te "São iogurtes ou nada, sendo que se não queres iogurte é porque não tens fome". E não tinhas, porque recusaste o iogurte.

Lá tive de comprar dois bilhetes de metro e lá tivémos de correr para apanhar o comboio para a Margem Sul. Vimos um lindo pôr-do-sol, quer dizer eu vi, tu ias mais entretido a olhar para cima a ver os carros a passar, e quando demos por nós estávamos na nossa terra.

No caminho fui pensando em todos os incómodos que tive para ir de transportes públicos e no custo dos mesmos, decidi que chegaria a casa e faria contas.

E fiz. Gastei 12,60 € em transportes públicos. Foi giro, foi, mas não foi barato, saiu-me mais caro do que levar o meu carro e ainda que não saísse perdi em conforto e em paciência.

Por isso digo transportes públicos?

Vão mas é, mas é dar banho à minhoca!

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