Andas tão cansado de sair de casa e de andar de um lado para o outro que ontem fizeste uma fita descomunal para ir jantar ao Avô Z.
Choraste imenso qual reclamção pujante de quem se sente injustiçado.
Depois... bom, depois lá venceu o argumento da força e não a força dos argumentos, porque nada te demoveu de manter a reclamação.
No fim terminou quando a meio da reclamação decidiste agir sobre o fecho do cinto de segurança da cadeira. Nesse momento o pai rugiu e disse-te que se tentasses retirar de novo o fecho do cinto, para além de muito zangado, iria retirar-te da cadeira e dar-te uma palmada, coisa que até ao momento não sabes o que é...
A reclamação foi substituída por um soluçar e por manifestações de descontrolo emocional com desejo que eu te abraçasse...
Apesar de não te abraçar lá te disse que, apesar de chateado com o comportamento, não deixava de gostar de ti, não deixava de te amar, mas tudo tinha um limite.
Se eu aceitava que continuasses a chorar o resto do dia (acredita que consigo suportar o choro típico da fita porque sei que não te dói nada, apenas estás a reclamar) não poderia aceitar que pusesses a tua segurança em risco.
Depois de chegados ao avô não te decidiste a parar, não!... Talvez porque te recebi cedo demais no meu colo decidiste continuar com o cenário.
Agora não querias comer.
Voltaste a falhar no campo ou no tipo de reclamação...
Se há coisa que não me custa mesmo nada é que não comas... custar-me-ia imenso se quisesses comer e eu não tivesse para te dar. Agora não quereres porque não queres... nunca me aborreceu. Então, como sempre nestas situações, lá te dissémos, "Não queres comer?! Tudo bem, não comas! Mas a seguir não há gelado de sobremesa, nem há, quando chegares a casa, nada para além do que é habitual para ir dormir... entendido?!"
E assim, decides mudar de estratégia. Comeste...
Depois, depois começaste a aligeirar o mau humor e voltaste a ser o filho que compreende que fazer fita é o caminho que deves traçar quando queres que alguma coisa não aconteça.
Por último lá reconheceste, uma vez mais, que afinal sair de casa não é assim tão mau..., bom ir ao parque às 22:30 horas também deve ter ajudado.
:)
1 comentário:
Birras!!!
Custa tanto! E depois nós ameaçamos-os e acabamos por não fazer nada!
Mas depois as coisas lá acalmam.
Pedro
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