terça-feira, 25 de março de 2008

16.03.2008

PARTILHA DA GLÓRIA

Foste correr a Mini-Maratona com a mãe e o tio L., o pai teve de ajudar uns amigos que tinham o pai no hospital e o momento também não é de vontade de estar no meio da confusão.

Depois da corrida fui ter contigo para almoçarmos em Belém, encontrei-te orgulhoso de medalha ao peito que exibias com um sorriso imenso e lindo de morrer.

Depois do almoço estendeste o braço segurando a medalha e disseste,

“Pai com todo o amor e carinho.”

“Queres que te segure a medalha?” – imaginei-te farto de a carregar.

“Não! É para partilhar contigo a medalha!”

E encheste-me de luz no coração e gostava que soubesses e sentisses que mesmo sem medalhas estarei, independentemente do resultado, nas bancadas da tua vida a aplaudir-te e apoiar-te. SEMPER.

SENSIBILIDADE

Cheguei próximo de ti empurrado pelas palavras zangadas da mãe, repetindo-me mentalmente “não vás atrás da zanga dela, não vás…”.

Aproximei-me de ti que acabaras de ligar o computador para jogares um pouco, “e hoje até estive o dia todo fora”, disseste-nos quando retornávamos de barco à margem sul e nos questionavas se podias jogar computador.

Baixei-me, para ficar ao teu nível, sempre gostei de falar contigo com o olhar ao mesmo nível… deste-me um beijo e olhando-me disseste-me:

“Pai… Diz-me, vocês vão separar-se?”

Não estava preparado para a pergunta, os instantes que fiquei sem reacção pareceram-me uma eternidade…

O jogo dos Heróis da Marvel já aparecia e as colunas de som emitiam o som do jogo, por isso, e para ter a tua total atenção, desliguei o monitor e as colunas.

Pedi-te para que me olhasses e respondi-te com uma pergunta:

“Porque é que dizes isso filho?”

Tu ao contrário de mim tinhas a resposta debaixo da língua,

“Porque sim é o que sinto, porque vocês estão zangados! Vão-se separar?”

“Não sei filho,” (menti-te) “só sei filho que mesmo que os teus pais se separem o Pai vai amar-te sempre muito e a Mãe também. E só sei que se isso acontecer a culpa não é tua.” (as verdades).

“Mas pai vais separar-te da mãe hoje?” – perguntaste porque me sabias de saída.

“Não filho, o pai hoje vem dormir a casa contigo, vou dar-te um beijinho, cruzar os braços do homem-aranha e amanhã levo-te ao colégio!”

“Prometes pai?!?”

“Claro meu filho, prometo-te”

“E uma promessa é uma promessa, não é pai!”

“É filho, uma promessa é uma promessa!”

Felizmente não me pediste para prometer que não me separava da tua mãe, porque se o fizesses a única coisa que te podia dar era silêncio ou prometer que isso era o que eu ia fazer!...

Sem comentários: