quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Adeus pai

Hoje de manhã, quando acompanhava um cliente meu no seu carro, apercebi-me de uma sonoridade... bastaram os primeiros acordes e a música dos Delfins que pertence à banda sonora do filme que titula esta lembrança veio-me à cabeça.

O filme trata, do que me lembro, da fantasia de uma criança a passar bons momentos com o seu Pai, uma fantasia que depois se descobre ter origem no facto do pai mal acompanhar o seu filho no dia-a-dia, por ser um pai ausente.

Recordo-me de ir ver o filme ao cinema, era adolescente.

Hoje recordei o sofrimento, a tristeza que senti ao ver aquele filme, ao perceber que tudo se devia a uma coisa simples, a ausência de um pai.

Por mais que me digam que um pai deve acompanhar o seu filho o resto da vida ao lado da mãe, soube por experiência, e verifico todos os dias noutros casos, que não é por os pais continuarem juntos que os filhos são melhor acomapnhados, de igual modo não é porque os pais se separam que os pais (pai ou mãe) são menos ou mais presentes.

No fundo é uma decisão interior do progenitor ou é uma capacidade de mostrar ao filho que ele é amado, acima de tudo e sem condicionalismos.

Quando vi aquele filme possivelmente fui marcado por este desejo que tenho de ser um pai presente. Não consigo conceber a minha paternidade de outra forma. Acho que o sou, mesmo quando por vezes me dizem que não.

Hoje, fluiu em mim o sentimento de que o único objectivo presente é fazer-te sentir, todos os dias, que te amo e que estarei sempre ao teu lado para dizer "presente!", mesmo nos dias em que possamos não nos ver.

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