Entrei na casa dos meus pais, já depois da hora de jantar, ansioso por te ver, mas receoso pela reacção. No fundo eu estava a prevenir o meu ser para que, em vez de um abraço e um beijo, me recebesses aborrecido/zangado.
Quando entrei vi-te a manga do casado debaixo da mesa, os avós a rirem e a minha mãe disse-me, "O D. está na casa de banho."
Pensei, OK, queres brincadeira significa que não estás aborrecido.
Depois lá entrei na brincadeira até a dado momento dizer, "olha o D. está aqui debaixo".
Saíste debaixo da mesa e eu recebi-te de cócaras, abraçaste-me, agarraste-me, com força, com ansia, a mesma que eu tinha de te rever, querias subir-me para o colo e quase caía com o teu peso... que bom.
Apertei-te envolvendo-te com os meus braços entregando-te toda a minha energia positiva, todo o meu amor, disse-te o quanto tinha saudades de ti, disse-te também que te amava.
Depois, depois quiseste ficar no meu colo enquanto eu comia, quiseste ir atrás de mim até à cozinha, como tu dizias "não quero que vás embora outra vez".
Descansei-te, disse-te que não te preocupasses que mesmo que eu fosse embora lembrava-me sempre muito de ti, que te amava na mesma.
Depois disseste à mãe que um dia querias ir com o pai viajar.
E eu disse-te está bem, "um dia vamos os dois passear de avião, se a mãe deixar vamos só os dois, mas temos de ir pouco tempo para a mãe não ficar cheia de saudades".
"Não, quero ir muitos dias, muitos..." - replicaste tu.
"Depois vemos isso mais tarde" - respondeu a mãe."
Quase ao sair da casa dos avós, e enquanto estava de cócaras a pôr o fecho do casaco, disse-te:
"Vês filho foi ou não foi como o pai te escreveu, que iamos estar longe mas nos íamos lembrar um do outro, e que, quando eu chegasse, estaríamos na mesma e a continuar a gostarmos um do outro?"
A resposta veio em forma de um abraço apertado com a tua cabeça ao lado do meu ouvido a dizer:
"Sim pai, mas tinha saudades de falar assim ao pé um do outro!"
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