terça-feira, 27 de maio de 2008

Bicicleta e teste de limites


Agora tenho promovido o teu andar de bicicleta, estou numa de te tentar por a pedalar ainda este ano sem rodinhas.

Mesmo com estas rodinhas caíste numa das pequenas rampas do passeio junto ao rio, distraíste-te e trataste de embater no muro com uma inevitável queda.

Depois lá controlei o meu riso para chegar próximo de ti e acolher-te mais ferido na alma do que no corpo.

Choramingaste um pouco e depois disseste "Já passou!", montaste-te de novo e trataste de pedalar muito tempo.


Ensinei-te a serpentear as decorações verticais que por ali existem e no final do passeio testaste os limites... resolveste amuar e fazer "fita" porque não te quis comprar um gelado no café onde por vezes paramos para isso mesmo, comer um gelado, mas a proximidade da hora do jantar e o lanche já tomado antes de sair de casa motivaram um "não!"

Então decidiste que não andavas mais.

Ora bem, depois de falar contigo a postura manteve-se, ora dizias que querias ir de bicicleta, ora dizias que não, ora te levantavas, ora te sentavas na relva... e então saiu a frase de sempre num tom sério:"D. olha-me para os olhos sff, isto é simples tens duas hipóteses, ou vais a pé até ao carro ou vais de bicicleta, temos de ir embora. Se quiseres ir de bicicleta se deixares de pedalar tiro-te da bicicleta e levo-te a pé, fiz-me entender?"

Acenaste-me que sim e depois conclui "E D. aquilo que eu te disse vai acontecer, ou seja, depois de me dizeres o que queres é como te disse, nem mais, nem menos, com outras pessoas não sei, mas comigo já sabes que não há fitas e/ou birras que te valham, pode funcionar com outros com o pai não funcionava e continua a não funcionar, entendido?"

Após a resposta afirmativa lá me disseste querer ir de bicicleta, o que fizeste com um ar resoluto e a certeza de que me mantenho o mesmo, ainda que o tempo que agora temos seja menor.

Sem comentários: